Olá,
Outro dia recebi um e-mail bem simpático da leitora Mirella, estudante de Comunicação, que perguntou se poderia mandar um texto falando sobre Gastronomia e Cinema para compartilhar com nossa comunidade.
Como essa combinação de cinema e gastronomia costuma agradar a muita gente, topei e o resultado, para mim, ficou muito bom! Você pode conferir abaixo.
Gastronomia Japonesa na Telona
Que comer vai muito além do paladar, não resta dúvidas. Texturas, cheiros e principalmente a aparência dos pratos são ótimos indicadores de suculência e contam muito na hora de escolher uma refeição. Então, se você é do tipo que come com os olhos antes de comer com a boca e, é claro, também é fã da culinária japonesa, não pode deixar de ver os melhores filmes gastronômicos do Japão: uma bela mistura entre belas narrativas e boa comida.
Começamos por “A viagem de Chihiro”, de autoria de Hayao Miyazaki, considerado o maior animador do Japão. O filme, lançado em 2001, foi o primeiro longa-metragem de animação a ganhar o urso de ouro no festival de Berlim, em 2002. No ano seguinte, o longa também levou a estatueta do Oscar de melhor animação. Chihiro é uma mimada garotinha de 10 anos que não está nada feliz com a mudança da família para uma cidade do interior.
O que ela não esperava, no entanto, é que essa viagem seria uma das coisas mais incríveis que lhe aconteceria. No caminho para a nova casa, Chihiro e seus pais se deparam com um grande portal, que dá entrada para uma cidade deserta e misteriosa. Eles resolvem então atravessá-lo para cortar caminho e avistam um maravilhoso banquete. Sem pensar duas vezes, os pais de Chihiro devoram toda a comida, sem saber que ela estava reservada aos deuses daquela estranha cidade. Resultado: imediatamente se transformam em porcos.
E então começa a saga de Chihiro para salvar seus pais e sair daquela estranha cidade de monstros, deuses e espíritos assustadores, e enfim voltar ao seu mundo. Em meio às tentativas, ela conhece Haku, um menino mágico que a ajuda nessa empreitada. É interessante notar que, em um dos momentos de desespero de Chihiro, Haku oferece a ela um Onigiri – um bolinho de arroz enrolado em alga nori e recheado, na maioria das vezes, com salmão temperado com shoyu e gengibre -, na tentativa de lhe dar forças para enfrentar a jornada que vinha pela frente.
Para quem quer saber o desfecho dessa história, indicada a crianças e adultos, o filme está disponível na NET NOW e no Telecine.
Dezesseis anos antes, em 1985, outro filme também dava atenção especial à culinária no meio de sua narrativa. A comédia “Tampopo – os brutos também comem spaghetti”, com direção e roteiro de JuzoItami, a comida está presente do começo ao fim, e levanta a suspeita de que o próprio Juzo tenha sido, na verdade, um chef de cozinha nato. Trata-se da história de uma viúva, dona de um restaurante, que vive em busca da receita perfeita para a sopa de macarrão, o tradicional ramen, uma espécie de miojo chinês, que também é muito famoso no Japão. O inusitado está na forma em como Tampopo encontrará a receita perfeita: com a ajuda de um forasteiro, Goro, um caminhoneiro entregador de leite. Juntos, eles saem em busca de segredos, pesquisando e investigando tudo o que pode levar ao ramen perfeito. O filme é considerado o primeiro western (faroeste) japonês e mostra, com detalhes, a importância da comida na cultura japonesa.
O mais recente da lista é o documentário “Jiro Dreams of Sushi” (O sushi dos sonhos de Jiro), de 2012, que traz a história do japonês Jiro Ono, de 85 anos, um verdadeiro deus da culinária japonesa, considerado por muitos o melhor sushi man do mundo. Ele comanda um apertado restaurante na capital Tóquio, junto a uma equipe de menos de 10 homens. O preço para comer no estabelecimento, porém, não tem nada a ver com a simplicidade da equipe: uma refeição por lá não sai por menos de mil e quinhentos a dois mil reais (atualização de 12/04/2016). Tudo isso porque Jiro só trabalha com os melhores fornecedores e quem prova seus camarões – e até mesmo seu arroz, não reclama do preço pago pelas iguarias, preparados por homens que são treinados por até dez anos. A dedicação à preparação da comida é a metáfora ideal para uma das principais características da sociedade japonesa: a obsessão pela perfeição. Há quem diga que, depois que Jiro morrer, não haverá no mundo sushi de tão alto padrão de qualidade. Na dúvida, é melhor ver o filme e pegar algumas dicas com o mestre.
Fontes:
Mirella Borelli
O que achou? Compartilhe nos comentários ao final da página para incentivar a Mirella. Se quiser conhecer mais sobre o trabalho dela, visite a sua página no Facebook.
Abraços,
Fabrício Fujikawa
Site Cozinha Japonesa
PS: você pode adquirir os filmes citados em algumas lojas online. Seguem os links:
Livraria Cultura: A Viagem de Chihiro, Tampopo e Jiro Dreams of Sushi.
Submarino: Tampopo.
Fabrício diz
Mirella, parabéns! O texto ficou ótimo, gostei bastante! Parabéns também pela iniciativa de ter entrado em contato e buscado a oportunidade. Sempre que quiser, estou à disposição. E obrigado também pela paciência e compreensão na demora da publicação. 🙂
Abraços,
Fabrício
ester rodrigues resende veludo diz
Olha amei a historia toda da comida japonesa, Amo a alimentacao japonesa, agora pagar por uma alimentacao mil reias nem pensar. Quanto quando ele vier a nao existir mais, parece meio funebre. Penso que se ele passou a tecnica ou ensinou , ou fez discipulos ele sera eternamente lembrado. Tornara imortal.
Alice diz
Tenho um certo carinho pela culinária japonesa, não sei explicar, mas sempre me senti atraída e também grande curiosidade sobre esse assunto. Achei o texto maravilhoso.
Fabrício diz
Que bacana, Alice. Vou transmitir seu recado à Mirella. Abraços!
Eroni diz
Adorei. Parabéns a Mirela…e claro, a você Fabricio, também. Abraços.
Fabrício diz
Imagina, os méritos são todos da Mirella. 🙂 Abraços!
Aline diz
Gosto muito das suas newsletters.Essa foi muito boa,vou assistir aos filmes.
Obrigada
Fabrício diz
Que bom, Aline! Assiste sim, são ótimos!
Anaicsat diz
Maravilhoso, eu adorei o texto!!!!!
Perfeito 😉
Beijao
Fabrício diz
Legal, Tasci! Os méritos são da Mirella, claro! Abraços!
Aurelio diz
Muito bom o texto…
Fabrício diz
Que bom que gostou, Aurelio. Abraços!
Hannah diz
Olá Fabrício, tudo bem?
Adorei a matéria e as dicas de filmes.
Parabéns, seus e-mails são ótimos!!!!!
Abraços.
Fabrício diz
Obrigado, Hannah! Vou transmitir seu recado à Mirella também!
Karine diz
Adorei Fabrício! Muito bom texto!
Fabrício diz
Legal, Karine! Vou transmitir o recado à Mirella!
Carlos Alberto diz
Gostei, cinema lembra pipoca, ou um rango depois, tudo combina para quem gosta dos dois como eu.
Abraços,
Carlos
Fabrício diz
Olá Carlos, que bom que gostou! Vou avisar à Mirella Essa combinação é ótima, mesmo!
Mirella Borelli diz
Eu que agradeço pelo carinho e pela oportunidade, Fabrício! 🙂
Sempre que precisar estarei à disposição também. Fico muito feliz que os leitores estão gostando.
Obrigada a todos! <3
Fabrício diz
Parabéns novamente, Mirella! Principalmente pela atitude protagonista de ter buscado a oportunidade. Abraços!
Ana Misk diz
Bom dia, muito prazer Fabrício, adorei encontrar este site, tenho paixão pela culinária e cultura japonesa , seria um prazer te conhecer, Bj
Ana Misk
Fabrício diz
Olá Ana,
Que bom que gostou do site! Vi também que você se inscreveu em nossa lista, seja muito bem-vinda. Espero que goste do conteúdo também, embora eu seja apenas um mero praticante de culinária japonesa em casa.
Abraços!
Fabrício
Yolanda diz
Não e no intuito de crítica, longe de mim tal atitude, mas seria de bom nos descendentes corrigir algumas palavras como shoyu, então como de costume se diz shoyo, pedindo desculpa pelo meu atrevimento e que da primeira geração isto é sou nissei abraço yolanda
Fabrício diz
Olá Yolanda,
Muito obrigado por sua observação. Você está coberta de razão e, de fato, a palavra shoyu estava escrita errada no texto (estava “shoyo”). Ela já está corrigida e agradeço novamente por apontar o problema!
Abraços,
Fabrício
Patrícia diz
<3 <3 Amo "A Viagem de Chihiro." <3 <3 Kawaii <3 <3
Fabrício diz
Olá, Patrícia!
Que bom que gostou desta matéria da Mirella sobre a combinação de culinária japonesa e cinema. 🙂
Muito obrigado por fazer parte de nosso grupo!
Abraços,
Fabrício
Suely diz
Fabricio ,bom dia
Adorei a sugestão ,fiquei curiosa e vou assistir ,depois te conto
Bom Fim de Semana
Obrigada
Suely
Andre diz
O sabor da vida (em japonês se chama あん) da Kawase Naomi é uma delicia, atriz principal Kiri Kirin é fantástica!!! Parabéns pelo texto, ter lembrado de Tampopo foi ótimo, assisti a muito tempo atrás…gosto muito do seu site…Parabéns novamente!!
Fabrício diz
Olá Andre,
Que bom que gostou desta matéria da Mirella sobre culinária japonesa e cinema. Ficou bem legal, né? Obrigado também pela sugestão do filme Sabor da Vida. Coloquei o link nele para quem tiver curiosidade de saber mais. Já está na minha lista para assitir.
Abraços e obrigado por fazer parte do nosso grupo!
Fabrício
Abelardo de Oliveira Júnior diz
Oi Fabrício,
gostei da dica dos filmes.
Ontem assisti o Documentário sobre a vida do Jiro, realmente é algo
de notável como uma criança pobre que aos nove anos de idade é obrigada à
trabalhar para não ter que dormir na rua, e após 75 anos de trabalho
árduo se torna respeitado e faz o seu restaurante ter as 3 estrelas do Michelin,
ser citado no livro do Guiness, e receber uma medalha do governo japonês.
Quero destacar 3 fatos, o restaurante do Jiro é pequeno porque assim ele o quer,
só atende dez pessoas por dia, cobra 300 euros (30.000 ienes) por 16 sushis que
são servidos unitàriamente e preparados na hora, em 15 minutos o cliente faz a refeição.
Digo que 300 euros o preço da refeição lá, está no câmbio oficial com IOF mais próximo
de 1500 reais, se for na casa de câmbio chega a 2000 reais o dobro do que você citou.
Acho importante dizer que tem o filme à venda também na Siciliano, Amazon, e outras,
a cultura não sabe tratar os clientes com educação, disse isto para eles, lá não entro.
No final do documentário, o primogênito do Jiro dá uma aula de ambientalismo.
Quanto à Chihiro já tem a sequência, Chihiro 2.
Pretendo ver o Tampopo, com o seu Lamen (Ramen).
Agradecimentos à Mirella e a você pelas dicas.
Atenciosamente,
Abelardo
PS.: Ressalvo como primordial importância o preparo na hora e na frente do cliente e a limpeza.
Outra citação é o shushi de ovo que eu desconhecia.
Fabrício diz
Olá Abelardo,
Muito obrigado pelo e-mail e pelas informações. Vou publicar no site para compartilhar com os demais visitantes.
Eu procurei agora na Amazon e na Siciliano (agora Saraiva), mas não encontrei, infelizmente. Mas encontrei outra alternativa: o Submarino.
Que pena que você não teve uma boa experiência na Livraria Cultura. Gosto muito de lá e, quando comprei, fui bem atendido.
Sobre a diferença do valor do câmbio, deve ser por causa da data em que a matéria foi escrita. Vou atualizar o texto.
Muito obrigado novamente pela sua participação!
Abraços,
Fabrício
Angela May diz
Boa noite Fabrício, adorei o texto e amo Tampopo, vi no cinema a muitos anos atrás e continuo vendo eventualmente.
o único problema de ver Tampopo é que vc fica morrendo de vontade de comer aquela comida incrível ( adoro a cena em que o japonês mais velho ensina ao jovem como se deve tomar a sopa, e o respeito que tem ser dado ao alimento, é uma linda cena), Fabrício, pelo amor de Deus, vc tem de passar uma receita daquela sopa maravilhosa……..
Fabrício diz
Olá Angela,
Tudo bem? Esse filme é realmente ótimo, né?… Olha, para esse prato, recomendo esta receita do Cozinha em Cena, um blog que indico para quem gosta da combinação cozinha e cinema. 🙂
Um abraço,
Fabrício
fabio diz
Ótimo texto da Mirella e como sempre ótimas dicas do Fabrício. Adorei o filme A viagem de Chihiro e também Sabor da vida como mencionado num dos comentários. Vou comprar o Tampopo. E para quem gosta de gastronomia, no caso a chinesa, deixo a dica para verem o filme Comer, beber, viver.
Fabrício diz
Muito obrigado pelo comentário e pela sugestão de filme, Fabio!
Um abraço,
Fabrício
Hélio Mauro França diz
Meus caros:
Também é muito legal a seguinte série:
Midnight Diner: Tokyo Stories/Shinya Shokudo.
A ação se passa dentro de um pequeno restaurante que opera entre a meia-noite e 7h, com um menu limitado, embora seja possível pedir pratos que não estejam no cardápio.
O dono e único funcionário é conhecido por seus clientes como Master (Kaoru Kobayashi), um homem simples que se dedica totalmente ao trabalho e a ouvir os problemas das pessoas enquanto comem. Assim, Master alimenta o corpo e a alma de seus clientes.
Estes são formados por uma variedade de tipos que, saindo do trabalho ou a caminho de uma noitada, param no local para comer. Master serve apenas como elo entre os episódios, que são protagonizados pelas pessoas que passam pelo restaurante contando sua história ou situação que estão vivendo no momento.
A produção é da Amuse, Mainichi Broadcasting System (MBS), RKB Mainichi Broadcasting Corporation e Tokyo Broadcasting System (TBS).
Veja um trailer: https://youtu.be/OCGDVHjPX0c
Abraços,
Hélio
Fabrício diz
Muito obrigado pelo comentário e contribuição, Hélio! Essa série é realmente muito boa 🙂 Um abraço!
Luciene Cordula Feitosa diz
Ficou ótimo o texto!! viajei nas história!! boa ideia. Parabéns.
Luciene
Fabrício diz
Muito obrigado pelo comentário, Luciene! Que bom que gostou!
Daniela Mesquita diz
Oi Fabrício, tudo bem?
Adorei a matéria! Já tinha visto o filme algumas vezes (pq adoro este filme) mas nunca tinha olhado sob esta ótica….
Muito boa a ideia de fazer esses links entre filmes, gastronomia….
Agora quero ver a série indicada pelo Hélio!
Abraços
Fabrício diz
Muito obrigado pelo comentário, Daniela!
Um abraço,
Fabrício
Ligia Duarte diz
Parabéns pela matéria!
Como sempre, sua gentileza transparece nas postagens e nos comentários – aliás, o mais interessante é que, ao ler os comentários de seus leitores, sempre aparecem mais e mais informações.
Abraços,
Ligia